# OFF-STAGE #05 – O Rebuliço do TechPark do Mindelo
Do TechPark à vibrante vida nocturna, uma viagem que mistura inovação, cultura e encontros que marcam o coração de Cabo Verde.
Já passavam das 16 horas. Os últimos entusiastas arrumavam as suas coisas para ir embora, os mais atrasados tentavam perceber o que tinha acontecido, mas a maioria das pessoas dirigia-se para um pequeno palco montado para ver o showcase de Dieg, o artista cabo-verdiano do momento. Marido da Fattu Djakité (também artista) e multi-instrumentista, cantor, compositor e produtor, Dieg leva a experiência adquirida nas digressões internacionais onde acompanhou Djodje, Elida Almeida e a Cesária Évora Orquestra, agora focado na carreira a solo, com o propósito de honrar e revitalizar a música cabo-verdiana.
O rapaz que tem encantado o mundo desde os 17 anos, hoje com 29, tem a sua carreira validada e está a colher tudo o que merece como artista. Na minha cabeça maldosa, acredito que o seu passaporte para o momento que está a viver chegou com a sua estreia na edição do Jardim de Verão, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Já o tinha visto ao vivo há cerca de um mês no Atlântico Music Expo, também na Praia, e agora estávamos a vê-lo novamente no pequeno palco que marcava a abertura de portas do parque tecnológico da Praia.
Enquanto cantava "Mununo", uma das suas mais belas canções, posicionámo-nos de forma a filmá-lo ao mesmo tempo, cada um numa posição diferente. Assim diminuímos o tempo de filmagem e tínhamos ângulos diferentes. Eu fiquei a filmar em frente do palco e o Wilds num ponto mais elevado com um melhor ângulo para o palco.
O parque estava ligeiramente vazio, mas acredito que por ser um dia de semana e o pessoal já estava cansado. Além de que, metade das pessoas que estiveram no primeiro dia do evento viajaram naquele no mesmo dia para o Mindelo. Eu e o Wilds iríamos no dia seguinte.
Infelizmente, na correria, nada do que filmámos sobre a atuação do Dieg foi publicado até hoje.
Seguimos para a estrada e apanhámos um táxi que nos deixou na entrada da Vila Nova. O Wilds precisava de falar com os filhos, algo que eu também já não fazia há algum tempo. Ele é desses que eu gostaria de ser: está sempre em comunicação com os seus filhos, a ligar e a dizer "o pai ama-vos muito" e "muitos beijinhos aqui, beijinhos ali". Mas ele também vem de uma família tradicional ou matrimonial, e eu de uma família monoparental. Eu também amo as minhas filhas, acho eu, mas não gosto tanto do "eu amo-te"; prefiro ter créditos no futuro quando elas tiverem as primeiras crises.
Na minha cabeça, um "amo-te" com maior noção de vida é mais importante que o "amo-te" da infância. Até porque elas estão a crescer como betas pobres (esta última parte da pobreza elas ainda não se aperceberam). Então, quando elas se aperceberem que estamos abaixo da classe média alta, eu começo a dizer: "o pai ama-vos muito".
Enquanto o Wilds exercia o seu papel de pai que ama muito os filhos, eu aproveitei para fazer a fotografia abaixo.
É difícil de descrever esta foto porque é uma visão que mostra mais do que pobreza; é o tipo de visão que se tem em quase toda a parte de Cabo Verde, que lembra muito os morros do Rio de Janeiro, mas também faz lembrar Patrica, uma comuna italiana da região do Lácio, província de Frosinone. Até parece que já estive lá. Tenho de parar de ver vlogs de viagens e passar a viajar de facto.
O nosso último jantar estava marcado na casa das estudantes de Medicina. O principal objetivo era poupar algum dinheiro e aproveitar a internet para descarregar o material que o Sandro —-dono da Lentilhas, a empresa de multimédia que contratámos para fazer as imagens de drone - tinha disponibilizado. Eu precisava desses ficheiros do Google Drive para montar as entrevistas que fizemos. Apesar de a internet não ser muito rápida, foi uma grande ajuda para conseguir os ficheiros.
Passava das 22 horas quando nos despedimos das nossas anfitriãs e, com o cansaço de quem estava acordado desde as 6h00, a cama chamava por nós. O Wilds despiu-se e ficou apenas de boxers. Sentindo-me intimidado por vê-lo quase em pêlo, fiz o mesmo, mas sem coragem de ficar apenas de boxers, vesti uns calções e uma camisola de manga cava e deitei-me também. Demos as costas um ao outro e, confesso, deu para sentir a pele macia e jovem. Mal os meus olhos fecharam, já eram 7 da manhã. O cansaço levou-me de tal forma que nem ouvi o cantar ensurdecedor daquele galo. Mas um odor que fazia lembrar um estábulo despertou-me. Por alguns instantes, senti-me como uma das personagens do filme "Brokeback Mountain" realizado por Ang Lee, devido ao cheiro que lembrava muito um misto de terra, urina, fezes e vegetação pisada. Levantei-me da cama e percebi que estava o Wilds na casa de banho a fazer cocó.
Banho tomado, malas prontas, e partimos para o aeroporto para apanhar o avião para São Vicente. Ainda tinha a missão de fazer uma fotografia para uma publicidade com a Sagres que a Ana Rita, da Hausdown, conseguiu para o nosso Wilds Gomes.
Voo atrasado, fotografias feitas, fomos para um pequeno café na sala de embarque onde estavam o Abdel Câmara, a Solange Torres (gestora de marketing e comunicação) e a Kesy Lima (administradora), ambas do TechPark, e outros jornalistas, entre eles o Francisco Andrade da Forbes Lusófona, que acabou por não viajar para o Mindelo porque o voo estava em overbooking.
O embarque começou e o avião era um ATR72-100, versão de 1989, com capacidade para 68 pessoas. Ao ver o avião, lembrei-me que nunca tinha viajado nos aviões da Ryanair (Boeing 737-700) por achar que são mega frágeis, e estava eu a subir num avião com mais de 30 anos, fabricado pela franco-italiana ATR (Aerei da Trasporto Regionale / Avions de transport régional).
Estava sentado na cadeira 7B, o Wilds na 7C e a seguir o Abdel na janela. Uma viagem de mais ou menos uma hora, onde recebemos consultoria gratuita sobre as vantagens e desvantagens de comprar casa, além do óbvio. O Wilds está elegível para a isenção de IMT e de Imposto do Selo que se aplica a jovens até aos 35 anos, para compra de habitação sem dar entrada.
A nossa boa conversa foi interrompida por um "hard landing" com mais de 20 toneladas, que foi a confirmação de que o amortecedor do trem de aterragem tem, de facto, mais de 30 anos.
Depois de recolher o meu coração, que se escondeu nas minhas partes traseiras, veio o alento por finalmente estar no Mindelo, ou "Brasilin", como dizem as más-línguas.
Ligámos para a pessoa responsável por nos entregar as chaves do apartamento, que foi ter connosco à Copa-Cabana, zona onde ficámos, de frente para o mar. Acho que foi a primeira vez que estive hospedado num sítio com uma vista tão deslumbrante.
Um apartamento fantástico, 200% diferente de onde ficámos na Praia, com 3 quartos e uma sala gigante com uma vista completamente panorâmica.
Desde já quero agradecer à Arminha e à sua família por nos emprestarem o apartamento por 48 horas. Além de estar muito bem localizado, fomos muito bem recebidos.
Deixo aqui abaixo umas imagens para não cansarem a cabeça a tentar imaginar uma vista tão bela que é quase impossível descrever, para evitar comparações.
Já atrasados para a inauguração, apanhámos um táxi e fomos para o do Campus do Mindelo. Em 6 minutos estávamos no "Estádio Municipal Adérito Sena". Sim, levaram-nos para um campo de futebol. Diferente da capital, ali, os cidadãos do Mindelo não estão tão familiarizados com o TechPark do Campus do Mindelo.
Depois de darmos utilidade ao Waze, chegámos ao local com uma vasta fila de pessoas, entre curiosos e convidados. Furámos a fila e começámos a pensar como iríamos dinamizar o nosso trabalho. Assim como na Praia, tínhamos o parceiro da Lentilha para fazer imagens de drone e de corte, e eu e o Wilds iríamos focar-nos nas entrevistas.
O nosso principal objetivo era entrevistar a Monique Evelle, o Primeiro-Ministro de Cabo Verde Ulisses Correia e Silva, o Pedro Lopes, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, e os responsáveis pelas startups com base no Mindelo.
As infraestruturas no Mindelo são bem mais pequenas, comparando com as da Praia, mas são igualmente duas grandes infraestruturas projetadas para ajudar o desenvolvimento tecnológico do arquipélago.
O grupo de carnavalescos liderado pela passista preparava-se para a receção das autoridades. Num primeiro instante, questionei-me porque é que uma mulher seminua seria a melhor receção, mas depois lembrei-me do histórico do carnaval e de todos avisarem que o Mindelo é chamado de "Brasilin".
A minha dinâmica de trabalho com o Wilds já tem 8 anos, desde o tempo em que apenas tínhamos iPhones na mão em vez de Sony A7IV. Sempre trabalhámos bem juntos.
E quando tudo se preparava, subimos para a zona onde estavam as startups locais para darem os seus testemunhos. Lá falámos com empreendedores, professores universitários e também docentes, onde cada um deixou a sua opinião, que podem ouvir através da página do YouTube da BANTUMEN.
Como a nossa ideia era filmar e editar quase em tempo real, largámos as Sony's e juntámo-nos à aplicação BlackMagic Cam e à nova aplicação Edit do Instagram para captação de som, com um DJI Mic 2.
Isto para podermos publicar nas stories, no TikTok e nos shorts do YouTube.
De todos os nossos principais objetivos no Mindelo, que eram falar com o Lucas Santala, a Monique Evelle, o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, o secretário de Estado para a Economia Digital, Pedro Lopes e o presidente do BAD, Akinwumi Adesina. Apenas conseguimos falar com o Pedro Lopes e também com o Mister (imponente, com quase dois metros) Adesina - para o qual tivemos que fazer uma marcação cerrada entre as várias pessoas que queriam apertar-lhe a mão. No último instante, depois de falar com Pedro Lopes, metemo-nos entre os dois e, num mais alto e incrível inglês, o Wilds Gomes parou o presidente e questionou: "How does the African Development Bank see the Tech Park CV role in the digital transformation of Cabo Verde?"
Podem ver a entrevista completa na página de Instagram da BANTUMEN ou no TikTok.
O nosso objetivo estava cumprido, já que a delegação do Primeiro-Ministro negou a entrevista e a Monique Evelle e o Lucas tiveram de sair à pressa porque tinham voo de regresso à Praia.
O nosso dia estava feito. Brutos no SSD, com as imagens captadas pela equipa da Lentilhas e as nossas entrevistas feitas, com boa parte já nas redes sociais a lutar pelas audiências comandadas pelos algoritmos da Meta.
Segue-se o momento em que o único homem que conheço que dá amor como ninguém se chateou comigo de verdade, e o meu direito de fala esvaziou-se como um balão de ar que escapa da mão de uma criança.
Aproveitámos a boleia do pessoal da produção que estava a sair do Campus para irmos para casa e, a meio do caminho, recebemos a ligação do rapaz que trabalhava para a Lentilhas porque eu esqueci-me de um dos cartões da máquina fotográfica. Descemos na avenida Marginal, perto do Mansa Floating Hub, e começámos a andar em direção às docas, na esperança de passar um táxi. Cansados e com alguma fome, o Wilds já estava pouco paciente, até porque a responsabilidade pelo material era minha.
Depois de bons minutos a andar, surgiu um táxi, e eu, no mais alto nível de confiança de quem está no Mindelo há menos de 8 horas e acha que conhece aquilo como ninguém, digo ao taxista: "Vamos à zona 'casa para todos'", informação que retive da primeira vez que nos perdemos, ouvida do motorista.
Este motorista questiona-me: "Qual das zonas 'casa para todos'?", fazendo um remoinho na minha cabeça. Fui à busca do histórico da viagem do Waze que fizemos de tarde, lembrando que já eram quase 20h00 e o céu já não tinha nenhuma fonte de luz. Voltámos a perder-nos e a andar às voltas. Num momento, achei que estávamos mesmo perto do campus do Mindelo e, para não voltar a pagar pela terceira vez o mesmo motorista, pedi para descermos, dizendo: "Já sei onde estou". E ainda bem que o Wilds é homem negro e retinto, porque se fosse de pele clara estaria vermelho que nem uma malagueta de tão chateado.
Descemos do táxi, na certeza de quem noutra vida viveu no Mindelo, comigo a explicar o caminho que jurava que era aquele. Andámos, curvámos, andámos e novamente curvámos, mas nem um sinal do campus.
O irmão e amigo começou a disparar contra mim: "És teimoso, tens sempre razão e nunca ouves ninguém..."
Calei-me, ouvi o ralhete do rapaz e ajudei a procurar um táxi para finalmente irmos para casa. Como bom amigo, disponibilizei-me a pagar o jantar num restaurante "U Sabor", mesmo debaixo do prédio onde estávamos hospedados. No final do jantar, o Wilds, que nunca foi deselegante, chamou a empregada de mesa para dizer que a comida não estava boa. Eram dois pratos de lombo de carne de porco, arroz branco e salada. Perguntou quem tinha feito a comida, ela respondeu que era o chef, que também é o dono do restaurante, e o Wilds fez questão de também dizer ao senhor que a comida estava mal temperada.
Apesar de também achar que a comida não estava realmente boa, no fundo sabia que aquelas palavras eram réplicas do tsunami que eu já tinha causado na calma e paz de espírito do meu colega.
Sem grandes conversas, subimos. O Wilds foi logo para o quarto, claramente ainda irritado, seja pelo jantar ou por eu o ter feito gastar quase 1600 escudos (16€) em táxi quando 400 escudos (4€) bastavam. E sei que não era pelo dinheiro, é porque os meus 40 às vezes agem como 70 e o meu lado velho veio ao de cima.
Fiquei mais um bocadinho na sala a arrumar as coisas. Não tínhamos muito para fazer no dia seguinte, era o nosso dia de descanso, o dia em que marcámos para conhecer e aproveitar a cidade.
Fui dormir à meia-noite e pouco e, por volta das 8h00, já estava acordado. Começámos a despachar os artigos e vídeos sobre o TechPark.
E finalmente estávamos livres para irmos conhecer a cidade. Duas ruas depois, encontrámos uma pizzaria e mandámos vir uma tábua de queijos e presuntos que chegou em 40 minutos, e uma pizza de búzios que chegou em 1h40 minutos. Fomos os primeiros clientes do dia.
Às 14 horas ligámos para a Gigi, uma artista multidisciplinar franco-cabo-verdiana que atua como artista digital, fotógrafa e empreendedora no setor de hospitalidade. Ela é fundadora de um creative lab chamado L'Audace, onde mistura storytelling, design e experiências gastronómicas, além de ser responsável pelo projeto @areyoufromparis. O seu portfólio de arte inclui colagens digitais e fotografia, apresentados na sua galeria online, e tem como base atualmente Lisboa.
A Gigi nasceu em França e está a conectar-se com Cabo Verde, de onde vêm as suas origens. Eu descrevê-la-ia como um grogue cabo-verdiano envelhecido: intensa na experiência, ardente no talento e na beleza, envolta pelo refinamento subtil do mais puro savoir-faire francês.
Com a paciência de um monge e a disposição de um caminhante, levou-nos aos principais pontos turísticos da cidade, como a feira, o mercado municipal e o Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design.
Mas para o final da tarde fomos ao restaurante-bar Caravela Mindelo, ver o jogo entre o Barcelona e o Inter de Milão, que deu acesso à final da Liga dos Campeões pela sétima vez na sua história.
A Gigi convidou-nos para ir conhecer os bares, e aí sim começou a nossa aventura. Fomos tomar um banho rápido, vesti umas calças e uma t-shirt preta com um cardigan, devido àquele frio básico que faz de noite.
Fomos ao primeiro bar na marina, do qual não me lembro exatamente o nome. Comemos croquetes de atum e provámos vários tipos de sumos típicos da região, como Bissap, Calabaceira, Tamarindo, Manga, Coco e Maracujá, só com o detalhe que tudo no Mindelo é com grogue.
À terceira prova, confesso que não sei se era o bar, que é uma estrutura projetada para ficar parcialmente ou totalmente abaixo da linha d'água, a mexer, ou se era o efeito do grogue.
Tanto eu quanto o Wilds não somos consumidores de álcool fora de ambientes muito, muito sociais, e três copos de "sumo" minados de grogue caseiro foi como andar na Kingda Ka, a montanha-russa mais alta do mundo, localizada no parque Six Flags Great Adventure em Jackson, Nova Jersey (EUA), felizmente desativada em novembro de 2024, assim como nós ficámos. E ainda faltava irmos ao bar Bombu Mininu.
Infelizmente, o meu conhecimento sobre bares e tabernas no continente africano é vago e básico. Por isso, a minha descrição do Bombu Mininu é limitada e empobrecida pelo pouco tempo que passei lá dentro. Ainda assim, percebe-se que é um ponto de encontro para amantes da música e da arte, onde frequentemente acontecem eventos culturais, incluindo apresentações musicais ao vivo, noites de poesia e oficinas de pintura.
O espaço é 100% “instagramável”, ou seja, reúne tudo o que um lugar precisa hoje em dia para ser comentado, existir no mundo digital e gerar comunidade — que acaba por se tornar a clientela principal, baseada em recomendações. Foi exatamente assim que nos chegou: recomendado pela Jenny, pela Gigi e pelo Dieg.
O espaço é decorado com elementos artísticos e possui um ambiente que convida à reflexão e à troca de ideias. O nome Bombu Mininu remete a uma viagem intemporal com escala traçada a partir de Cabo Verde ao riquíssimo e diversificado mundo afro-contemporâneo. A música ambiente é cuidadosamente selecionada, com destaque para vinis de artistas cabo-verdianos, proporcionando uma experiência sonora autêntica.
O bar é gerido pela Miriam Simas e o António Tavares, este último que teve o dia ganho (palavras dele) porque nos reconheceu como os “BANTUMEN”. Como se fôssemos uma dupla de heróis que levam a palavra a todos os cantos onde existem as diversas culturas dos PALOP.
Wilds estava claramente morto de cansaço, já a Gigi parecia um clássico Porsche 901 pronto para desfilar no salão do Mindelo. Eu estava de boa mas foi solidária como os meus amigos que agora também ralham comigo, chamamos o táxi para a artista e andamos até ao copa-cabana.
Chegamos a casa. Fui descarregar as fotografias do telemóvel para o SSD como faço sempre, quando olhei para o lado, já o Wilds tinha embarcado num sono profundo que nem como várias chamas ele despertou cobrir o miúdo com uma manda e também fui para cama.
Pela manhã, deu tempo de irmos à praia e eu senti pela primeira água do mar de um país africano que não fosse Angola, e olha que conheço pelos menos 12 dos 54 países do continente. Mas, como por norma, estas viagens são sempre em trabalho, de muito curta duração, não é uma opção passear a conhecer - como deve ser - as redondezas, como tivemos oportunidade de fazer no Mindelo. O meu rapaz estava entusiasmado e pronto para entrar naquela imensidão de água salgada e tive de deixar aquele conselho de irmão mais velho: “brada” se você se afogar e morrer aqui, acredita, o teu corpo vai para São Tomé não para Portugal. Então, por favor, cuidado.
Depois do momento na Praia da Laginha, corremos para casa para nos vestir-mos, entregar as chaves e agradecer mais uma vez à dona Arminda “mãe da princesa”, por emprestar a casa, e partimos para o aeroporto.
No próximo episódio, venho aqui deixar os detalhes sobre o aniversário da BANTUMEN especial 10 anos Angola, com o Phedilson como cabeça de cartaz, que vai acontecer já no dia 23, no Musicbox, em Lisboa. Vou contar como começou a nossa história e como foi este processo para fazermos isto acontecer. Já agora, todos os que estiverem por Lisboa, venham comemorar estes nossos 10 anos com a equipa.
POV: Sei que estamos numa altura errada para pedir dinheiro, mas se achares que faz sentido para ti apoiar esta minha aventura de levar os bastidores da BANTUMEN até ti, subscreve a versão paga.