#OFF-STAGE #10 - Quando a IA Entrou na Redação (e o Caos se Instalou)
Confissões de uma equipa dividida entre o medo e a obsessão pela IA
Olá, pessoal! Prometi no episódio anterior que falaria sobre como estamos a usar a IA na BANTUMEN, e cá estamos. Preparem-se para uma história de amor, medo, obsessão e... bem, caos tecnológico!
Há cerca de dois anos, a inteligência artificial entrou sorrateiramente na nossa redação. No início era só uma curiosidade, tipo aquele primo distante que aparece no Natal e ninguém sabe bem o que fazer com ele. Hoje? É praticamente um membro da equipa, só falta pedir férias e reclamar do café!
Na BANTUMEN, cada um tem uma relação diferente com a IA. É tipo um reality show tecnológico:
A Marisa Rodrigues é a nossa "resistente". Olha para a IA como se fosse um alienígena prestes a roubar-lhe o emprego (e talvez o gato). "Eddie, não confio nessa coisa. E se ela começar a escrever melhor que eu?" pergunta-me. Tento explicarque a IA não vai substituí-la, mas ela continua a fazer o sinal da cruz sempre que alguém menciona o ChatGPT na redação.
No extremo oposto temos a Joana Alcântara, a nossa "viciada em IA". Lembram-se dela do episódio anterior? A miúda que mal sabia usar o Google Drive? Pois bem, agora não consegue escrever nem "bom dia" sem consultar três modelos diferentes de IA. "Joana, podes passar-me aquela caneta?" "Espera, vou perguntar à IA qual é a melhor forma de te passar a caneta!" Estou a brincar, mas não muito.
O Wilds Gomes é o nosso "utilitarista". Usa a IA exclusivamente para criar roteiros e para fact-checking. Nada mais, nada menos. É como aquela pessoa que só vai ao McDonald's para usar a casa de banho - tem um objetivo específico e não se deixa tentar pelas batatas fritas.
E depois há eu e a Vanessa Sanches, os "entusiastas sem limites". Usamos IA para praticamente tudo. Transcrição de entrevistas? IA. Resumos de documentos de 200 páginas? IA. Ideias para títulos? IA. Decidir onde almoçar? Também IA (sim, já chegámos a esse ponto).
Uma das maiores revoluções na nossa redação foi o preenchimento generativo do Photoshop. Sabem aquela dor de cabeça quando tens uma foto vertical espetacular, mas precisas dela em formato horizontal para o site? Antes era um drama - cortar cabeças, esticar imagens até ficarem com aspeto de pinturas de Picasso... Agora? Dois cliques e a IA preenche as laterais como se fosse magia. A Vanessa quase chorou de emoção na primeira vez que usámos isto. "É como ter um estagiário de design que não reclama e não bebe todo o café!", exclamou.
Outra área onde a IA tem sido uma autêntica salvadora é na otimização para motores de busca. Antes, passávamos horas a tentar adivinhar que palavras-chave funcionariam melhor. Era tipo jogar na lotaria, mas com menos probabilidade de ganhar. Agora, alimentamos a IA com o nosso conteúdo e ela sugere títulos e meta-descrições que fazem o Google sorrir-nos. Os resultados? O nosso tráfego orgânico aumentou 70% nos últimos seis meses. A Marisa, mesmo com todo o seu cepticismo, teve de admitir que ficou impressionada..
Claro que nem tudo são rosas no nosso romance com a IA. Tivemos alguns... incidentes. Como aquela vez em que o Wilds pediu à IA para gerar um roteiro para uma entrevista com um político angolano, e ela criou perguntas tão provocadoras que, se as tivéssemos usado, provavelmente estaríamos todos a escrever esta newsletter a partir de alguma prisão remota.
Ou quando a Joana ficou tão dependente da IA para verificar factos que passou três dias a citar uma estatística completamente inventada sobre consumo de café em Cabo Verde, porque "a IA disse que era verdade". Tivemos de ter uma pequena conversa sobre verificação de fontes depois disso.
E não posso esquecer o dia em que a Vanessa e eu decidimos usar a IA para gerar ideias para a nossa festa de aniversário da BANTUMEN. Digamos apenas que envolver flamingos vivos, uma piscina de gelatina e um DJ vestido de astronauta talvez fosse um pouco... ambicioso para o nosso orçamento.
Mas no meio de todas estas aventuras e desventuras, uma coisa é certa: a IA transformou completamente a forma como trabalhamos. Uma redação pequena como a nossa consegue agora produzir conteúdo que antes exigiria o dobro da equipa. Conseguimos transcrever entrevistas em minutos em vez de horas, analisar documentos extensos em tempo recorde, e até gerar ideias quando o nosso cérebro coletivo está em modo de hibernação (geralmente às segundas-feiras, depois do almoço).
É como ter um superpoder, mas um superpoder que ocasionalmente decide que seria engraçado sugerir que entrevistássemos pessoas que já faleceram há décadas.
No final do dia, a IA na BANTUMEN é como aquele colega excêntrico que às vezes irrita toda a gente, outras vezes salva o dia, mas sem o qual a redação já não seria a mesma. A Marisa continua cética, a Joana continua viciada, o Wilds continua pragmático, e eu e a Vanessa continuamos a experimentar tudo o que aparece.
E vocês, como estão a usar a IA no vosso trabalho? Estão mais para Marisa ou mais para Joana? Contem-me nos comentários!
No próximo episódio, preparem-se para algo completamente diferente: vou de férias para Maiorca! Quatro dias sem MacBook, sem deadlines, sem pensar em trabalho. Apenas eu, sol, praia e provavelmente uma quantidade pouco saudável de sangria (ou de Red Bull). Será que vou conseguir desligar-me completamente? As apostas estão abertas!
A IA pra já chegou a ser um conselheiro amoroso, um medico e psicólogo! Queria responder uma mensagem estranha da dama no insta ou whats, perguntava na IA, sinto algum tosse ou um mal estar, vou lá e pergunto, fiquei deprimido de repente e não sei como lidar no momento, corro pra perguntar dicas de me soltar e me normalizar. Mas assim como já tiveram aqueles momentos, a IA me fez fazer m€rd@s também e por isso agora estou mais cético sobre ela e não consigo confiar em mais nada do que conta!
Eu uso IA para tudo, para perguntar coisas aleatórias, fazer roteiros de viagens, pedir conselhos e tudo o que me lembro de ir perguntar, gosto de a explorar, confesso. Mas também tenho algum cuidado nas respostas que me dá, se for para usar para algo importante faço sempre um fact check 😌